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Por qualquer razão, um dilema entra na sua vida. Você sente-o, pensa nele, age sobre ele. À medida que o tempo vai passando, sente que está cada vez mais encurralado, sem conseguir ver uma alternativa de fuga. A sua ansiedade aumenta, o seu humor altera-se, o seu funcionamento já não o mesmo. Até que percebe que precisa de ajuda para lidar com este dilema. Consulta amigos, conhecidos, o Google. Vê psicólogos, psicoterapeutas, "hipnoterapeutas", terapias alternativas, terapias holísticas... Enfim, terapias para todos os tamanhos e feitios. Qual será a melhor? Qual deve escolher?

Para muitos casos, o pedido de ajuda chega numa fase em que a pessoa sente-se sem esperança, em completa agonia e com a percepção que já tentou tudo o que poderia fazer e que não foi bem sucedida. Por conselho de outros ou pela sua própria iniciativa, decide procurar ajuda profissional. 

A não ser que seja uma pessoa que já teve uma experiência terapêutica anterior, este é um momento que pode originar muitas dúvidas e questões. Se, por um lado, existem muitos profissionais de saúde mental em posições precárias, o mercado de trabalho parece estar, cada vez mais, robusto em termos de terapias. 

A verdade é que o cliente não é obrigado a conhecer todos os produtos que existem no mercado, mas tem de ser servido, encontrando algo que satisfaça as suas necessidades. Mas então, como poderá fazer? Vamos então explorar algumas etapas de um processo de decisão, para a escolha final de uma terapia.

Referências - Apesar de ainda existir algum estigma em dizer que se está a pensar em procurar um profissional de ajuda, especialmente no campo da Saúde Mental, algumas pessoas são capazes de revelar a sua decisão a pessoas de confiança. Nesse sentido, essas pessoas próximas tornam-se numa fonte de informação, podendo dar a sua opinião e recomendar profissionais que possam conhecer ou que tenham ouvido boas referências sobre o seu trabalho. O passar a palavra ainda é das melhores formas de publicidade.

Google - Vivemos numa sociedade preenchida por tecnologia e pelo imediato. O espaço que as Páginas Amarelas ocuparam é agora preenchido por motores de busca, como o Google. Para alguém que não possui referências, o Google torna-se um enorme reservatório de informações de várias clínicas, técnicos, terapias, etc. 

Redes Sociais - As Redes Sociais tornaram-se um fenómeno que aproxima as pessoas, conhecidas ou não. O Linkedin é o exemplo de um rede totalmente profissional onde os mais diversos profissionais podem ser encontrados. Dados de contacto, localização geográfica, currículos profissionais e académicos, especializações.... todas essas informações podem estar acessíveis, à distância de um clique. Redes mais de contacto social, como o Facebook, começaram a perceber o benefício de permitir o anúncio de profissionais e as suas práticas, tanto com o pagamento de anúncios, criação de eventos e criação de páginas profissionais, para além de perfis sociais. 

Sites - A próxima evolução no mundo da publicidade virtual é o Site. Embora as redes sociais sejam uma boa forma de publicitar serviços e captar possíveis clientes, o Site continua a oferecer uma imagem profissional, para o prestador de serviços ao mesmo tempo que permite a colocação de todo um vasto número de recursos que, de outra forma, não seria possível, via redes sociais. 

Reconhecimento Público - Esta categoria pode ser mais ou menos decisiva. Existe um conjunto de pessoas, das mais diversas vertentes de saúde, que se dedica à publicação de livros, alguns até com uma colecção extensa. Um dos exemplos mais reconhecíveis do campo da Psicologia é o Psicanalista Eduardo Sá, que se dedica a escrever sobre as temáticas da infância e parentalidade. Quanto mais virmos um nome e publicações do mesmo, associamos como uma alternativa possível. Claro que a próxima secção pode influenciar imenso essa escolha.

Honorários - Este é um dos primeiros itens que as pessoas consideram e que é motivo das grandes tomadas de decisão. Como qualquer outro serviço, também a terapia é um serviço que deverá ser remunerado, apesar de diferentes áreas praticarem preços diferentes. Actualmente, a Ordem dos Psicólogos Portugueses não pode emitir tabelas de preços, apenas recomendações do que será o preço adequado para um profissional de Psicologia cobrar. Contudo, a precariedade das situações laborais e financeiras leva a que a pessoa procure o preço mais baixo possível, o que nem sempre garante qualidade. Acordos com seguradoras e serviços como a ADSE também são muito procurados. 

As Modas - Este é um ponto muito polémico. De tempos a tempos, existem intervenções que são mais baladas pela comunicação social, redes sociais, campanhas de marketing, etc. Quer queiramos quer não, isso irá influenciar a nossa decisão. Se todas as pessoas vão, é sinal que vale a pena, certo? Nem sempre... Muitas destas abordagens estão mais construídas em torno de marketing, do que rigor.

As promessas de cura - Finalmente, um rei da decisão: as promessas de cura. Voltando ao contexto do sofrimento, o que o cliente está à procura é de algo que lhe retire o sofrimento por completo, que o cure e que o faça no mínimo tempo possível. Se reparar, quase todas as terapias da moda preenchem estes "requisitos". E sem dúvida que é fácil para estes "artistas" aproveitarem-se das crenças dos clientes.

Em género de conclusão, deixe-me dar alguns sugestões. Procure o caminho mais credível, certificando-se que a pessoa tem um perfil, página profissional e site com informação bem estruturada. Analise as credenciais académicas e experiências do técnico, de modo a que saiba que ele pode fazer o que diz que pode fazer. Invista na sua saúde, pois é um dos seus bens mais preciosos. Sem ela, não poderá funcionar. Nem tudo é adequado para todos, o que resultou para uma pessoa pode não resultar para si. Tenha atenção! Finalmente, talvez a sugestão mais importantes. Não procure promessas de cura total, porque isso não existe. Ninguém pode garantir que o vai curar e em quanto tempo. Não se deixe envolver nesse esquema!


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