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Já se perguntou porque é que algumas pessoas têm dificuldades em ultrapassar determinadas barreiras e outras não? Porque será que, perante a mesma situação, duas pessoas têm entendimentos distintos do acontecimento? A verdade é que nem sempre olhamos para o mundo com as mesmas lentes!

Se olharmos para o Universo que nos rodeia, podemos partir os objectos em pequenos elementos. Podem ser químicos, biológicos, físicos, atómicos, subatómicos... A Física e a Química poderiam explicar muito melhor do que eu!

O que é certo é que o que nós vemos é apenas uma aparência que está de acordo com as nossas crenças e do significado que atribuímos e que nos ensinam. Por exemplo, sabemos que se juntarmos partes em forma de suporte de pernas, dois tampos, um por cima e outro atrás, damos o nome de cadeira. A forma da cadeira pode ser diferente mas se tiver estes elementos é uma cadeira. Por si, estes elementos são só elementos. Juntos, têm um novo significado. 

Mas como é que isto acontece? Com o passar do tempo, as teorias de comunicação, sistemas, cibernética e processamento de informação começaram a evoluir. Primeiro numa perspectiva informática, a revolução do processamento de informação fez com que a Psicologia criasse um novo paradigma, a Psicologia Cognitiva.

Neste sentido, nós temos um conjunto de sistemas internos que tratam da informação e do seu processamento. Muita da informação vem do exterior, do Mundo que nos rodeia. Como forma de captar essa informação, o ser humano utiliza os canais de acesso a essa informação, os nossos sentidos.

Portanto, esse recolha pode ser feita através de um sentido preferencial ou um conjunto deles. Quando estamos perante uma laranja, por exemplo, utilizamos a nossa visão para observar a forma da laranja, o nosso tacto absorve as sensações rugosas da casca, o nosso olfacto permite com que possamos absorver o aroma da laranja, o nosso paladar vai dar-nos a conhecer a acidez ou doçura da laranja e até a nossa audição vai dar-nos o som que os gomos podem fazer, ao estarmos a separá-los.

O primeiro passo é a assimilação, a parte do processo que nos permite recolher a informação externa para o nosso interno. Numa fracção de segundos, toda a informação que nós recolhemos sobre a laranja viaja dos nossos sentidos para o nosso cérebro. O ser humano é um ser que está em constante aprendizagem e absorção de informação, desde o seu nascimento. Ou seja, nós temos um conjunto de informação já armazenada. 

Nesse sentido, o passo que se segue é a acomodação. Nesta parte, o cérebro irá pegar na nossa informação recolhida e perceber qual a forma mais eficiente de acomodá-la com a informação que já temos. Neste exemplo, a informação desta laranja será acomodada com a informação prévia sobre laranjas. 

Finalmente, nós agimos em função do resultado deste processo. Se o resultado for positivo, retiramos satisfação de comermos a laranja. Se o resultado não for positivo, não vamos gostar de comer a laranja e, talvez, até passemos a evitar comer laranjas. 

Mas esta é a apenas uma parte do processo. No nosso interior, nós temos crenças e valores que nos foram sendo ensinados e que nós temos tendência a agir com uma determinada atitude. Quando estas crenças são irrealistas, nós desenvolvemos distorções.

Para que seja mais simples, pense neste exemplo. Nos dias de muita claridade e sol forte, a luz que você recebe é muito brilhante e intensa, muitas das vezes impedindo ver-mos o caminho à nossa frente. Quando colocamos uns óculos escuros, estamos a filtrar e distorcer a luz que chega aos nossos olhos, fazendo com que seja mais escuro e mais suave para os nossos olhos. 

Com o mundo que nos rodeia, nós fazemos o mesmo. É por isso que, face a uma mesma situação, duas pessoas têm uma percepção da realidade diferente. Face a isto, podemos ter três níveis diferentes:

- No primeiro nível, nós aceitamos a realidade como ela é, sem distorção. Isso é um bom equilibro da nossa saúde psicológica;

- No segundo nível, nós encontramos algumas distorções. Isso pode causar um desequilibro mas pode não ser o suficiente para que seja diagnosticada uma perturbação;

- No terceiro nível, a informação é totalmente distorcida. Isso faz com que o mal-estar tenha uma frequência e intensidade suficientes para afectar as nossas áreas pessoais, profissionais e sociais. 

Numa abordagem diferente da Psicologia Cognitiva, a Programação Neurolínguistica refere algo semelhante. Um dos pressupostos da PNL é O Mapa não é o Território. Segundo a PNL, nós constituímos os nossos Mapas, através da forma como processamos a informação. Cada Mapa é diferente e, por isso mesmo é que a comunicação pode ter falhas. Nós pressupomos que vemos todos o Mundo pela mesma medida, o que pode fazer com que não consigamos perceber porque é que a informação da nossa comunicação não chegou bem ao receptor. 

A PNL sugere que nós temos filtros que distorcem a informação, que fazem com que generalizemos, distorçamos ou eliminemos.

Tanto a Terapia Cognitiva, Terapia Cognitivo-Comportamental e a PNL possuem estratégias e técnicas especificas para disputar estas distorções, de modo a restabelecer o equilíbrio psicológico (no caso da Terapia) e aumentar a eficácia da comunicação (no caso da PNL). 

A Realidade é Real? Sim e Não! 


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