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Já teve a sensação de ser um "pássaro preso numa gaiola"? Olhar para todos os lados e não ver uma porta? Chegar a m ponto em que sabe que tem de fazer algo, mas não consegue ver o quê? Podemos atribuir um de muitos significados a esta situação: Perspectiva!

Ao longo da vida, o ser humano vai-se encontrando em situações desafiantes. Para um adulto, o simples movimento de andamento já é algo que nem pensamos em como fazer. Para um criança em desenvolvimento, esta acção é nova e sujeita a um processo de aprendizagem com sucessos e falhanços. No início, a partir do gatinhar ou da posição de sentado, a criança encontra meios de se colocar em pé, sentir a força da gravidade, encontrando o seu próprio equilíbrio e percebendo como o deve manter, ao deslocar o seu peso para a frente ou para trás. Claro que, antes da criança atingir um nível de mestria, vai tendo as suas quedas. 

Imagino que possa ficar surpreso a pensar como algo tão simples pode envolver tantos aspectos mecânicos. Se for pai ou mãe, talvez esta descrição possa fazer mais sentido ou até mesmo, estar em condições para poder acompanhar este desenvolvimento. 

Seja em ambiente familiar, social, relacional, profissional ou outros, as nossas conquistas são os alicerces para um boa perspectiva de saúde física, emocional e psicológica. Por outro lado, existem circunstâncias em que nos sentimos presos num "loop", com os mesmos pensamentos, sentindo as mesmas emoções, realizando os mesmos comportamentos, com a experiência fenomenológica de não sairmos do mesmo local, por mais que caminhemos. 

Porque é que isto acontece? A resposta mais simples é a dificuldade da pessoa em elaborar novas resoluções que tragam novos resultados.

Gostaria de pedir-lhe que seguisse esta metáfora. No final, talvez cada um possa retirar a sua própria resolução e significado.

Desafio o/a leitor/a a um exercício de imaginação. Imagine a vida como sendo uma sequência de cenas de um filme. 

À medida que essas cenas se forem desenrolando, talvez consiga imaginar-se como o ator principal deste drama, ação, suspense, comédia, romance e, quem sabe, alguma ficção científica. Ouvindo as palavras e sons do diálogo e ambiente que o rodeia, vendo as imagens dos vários cenários em que vai alternando e até sentindo todas as emoções e sensações que as cenas e os diálogos provocam. No calor da representação, poderá sentir-se como o dono da cena ou, talvez até, esmagado pela própria. O controlo é todo seu... ou talvez sinta que não controla os seus movimentos, as suas palavras, as suas ideias e o que faz mover!

Talvez uma parte de si mude... E passe para fora do ecrã, directamente para um lugar na sala de cinema. Tem toda a liberdade para se sentar no meio da sala... À frente... Atrás... Onde possa estar o mais enquadrado possível com o ecrã. E agora, vendo o filme, repara que parte da emoção vai desaparecendo... Repara que o ambiente tem novos pormenores... Repara numa maior riqueza do diálogo... Repara até numa nova banda sonora. De repente, a ideia pode surgindo que o guião do filme poderia ser alterado... Algumas cenas poderiam ser diferentes... Algumas falas podem ser adicionadas ou excluídas... O filme pode levar a uma direcção diferente!

Talvez até uma parte de si possa fazer crescer o desejo de controlar... Ainda mais e mais... Todo o destino deste filme. Pode até sentir essa parte subir ainda mais... Para uma sala de projecção, onde o filme está a desenrolar-se nos diversos fotogramas... Pode até reparar em toda a dimensão da sala... E toda a dimensão do ecrã. Ao mesmo tempo, percebe que nas suas mãos está a possibilidade de... Parar o filme... Retroceder algumas cenas... Avançar algumas cenas... Talvez até diminuir a intensidade da imagem... Ou até mesmo aumentar o brilho, em algumas partes. Pode até mesmo intensificar o volume dos sons... Ou até mesmo abafar alguns sons. Todo o filme está nas suas mãos!

Talvez seja o momento... agora... para ser um ator ativo no filme da sua vida, escrevendo-o e rescrevendo-o. Corra com o seu filme, não corra atrás dele. Outro prisma traz um nova luz sobre cada obra. 


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