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Tenho a certeza que já ouvi a expressão: "Homens não choram!"... "Temos de ser fortes!"... "Chorar é para meninas!" Poderíamos continuar com estas e mais expressões. O que faz reter as emoções? O que pode fazer a libertação emocional? Hoje gostaria de reflectir sobre o papel das emoções, em Psicoterapia.

O ser humano é coberto de complexidade e questões existenciais. A Natureza não nos criou para sermos fáceis! 

Entre essa complexidade, podemos observar no ser humano três grandes áreas de análise: Pensamentos, Emoções e Comportamentos. Para muitos, estas áreas comportam um sistema de interacção, retroalimentação-se constantemente. 

Por outro lado, parece que a sociedade restringe o que podemos fazer com estas áreas. Houve alturas da História da Humanidade onde só poderíamos pensar de uma determinada forma, determinação esta importa por forças externas opositoras. Até mesmo os nossos comportamentos são regulados pela cumprimento de normas e leis, da sociedade. Talvez a mais castradora seja a atitude para com as emoções. 

É quase cultural educar que a correcta expressão emocional deve ser evitada, para que a pessoa não seja vista como vulnerável ou menos pessoa. Especialmente o que se possa considerar de emoções negativas!

Do ponto de vista do funcionamento psicológico, não existem emoções positivas ou negativas. Todas as emoções cumprem uma função, em determinado momento. Assim, podemos considerar a hipótese que as emoções podem ser adaptativas ou desadaptativas. Por exemplo, se você conseguir a função profissional que tanto desejou e trabalhou, é natural que mostre alegria. Se um ente querido ficar doente ou mesmo falecer, é natural que mostre tristeza. A inversão destas emoções, perante estas situações, não seria adequada. 

Podemos pensar que a repressão da correcta expressão emocional pode condicionar tanto a saúde física, como a saúde psicológica. O corpo reage a essa situação, via o sistema imunitário. Daí que a pessoa possa somatizar e ter algumas representações físicas como dores de cabeça, dores de estômago, condições dermatológicas, etc. Em termos da saúde psicológica, a não expressão de emoções pode fazer com que surge depressões, ansiedades, perturbações do sono, medos, fobias, etc.

A verdade é que muitos Terapeutas fogem do trabalho emocional, tentando retirar a pessoa do seu sofrimento, o mais rápido possível! Não pelo cliente, mas porque não se encontra preparado para ajudar o cliente a lidar com a situação! 

O contexto terapêutico e o Terapeuta são os elementos indicados para promover a correcta expressão emocional. O espaço é um lugar de contenção, segurança e respeito. É um espaço que o cliente pode usar para preencher as suas necessidades. 

O Terapeuta deve ser o guia para auxiliar a expressão emocional adequada, com respeito, genuinidade, humanidade e validação. O terapeuta deve conter, amparar e promover a correcta significação da resposta emocional.

Todos os Terapeutas devem promover as emoções! Quando o cliente conseguir entrar em contacto com as suas emoções, de forma adaptativa, vai conseguir promover o seu equilíbrio e a mudança, na sua vida!


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