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Tenho a certeza que já reparou em consultas e formações a “preço da chuva”. Promessas de autênticos milagres, a nível “low-cost”. E só nessa dinâmica é que decide investir na sua saúde e formação. Mas será que isso é mesmo viável? Ou é um investimento que poderá sair ainda mais caro?

A Saúde Mental e Formação são investimentos caros! Isto é um facto! 

De modo a tentar combater esse rumo, foram criados dois mecanismos específicos. O primeiro foi o Sistema Nacional de Saúde, onde o principal custo seria coberto pelo Estado, permitindo que a pessoa tenha um maior acesso, a preços mais reduzidos. Infelizmente, este Sistema está preso a aprovações de politicas públicas e encontra-se sobrelotado. No caso da Psicologia, a carreira pública encontra-se de difícil acesso, só agora tomando alguns passos. Como consequência, existem poucos Psicólogos e a maioria remete-se para o sector privado.

O segundo foram os sistemas de seguros, onde empresas seguradoras vendem pacotes de contratos, negociando um determinado “plafond”, em troca de um pagamento à seguradora. Isso permite que a pessoa paga uma pequena percentagem do preço total, sendo a restante coberta pela seguradora. Infelizmente, nem todos os locais possuem acordos com estas seguradoras e nem todas as pessoas conseguem pagar o valor das mensalidades exigidas.

Neste sentido, a decisão para investir na Saúde Mental torna-se mais complicada. Mas qual é o valor real de uma sessão de Psicologia? 

Em 2014, a DECO juntamente com a Ordem dos Psicólogos Portugueses, realizou um estudo de avaliação do que seria um preço justo para uma sessão, tendo em consideração factores como a formação do técnico, o aluguer de espaços, as licenças necessárias, o pagamento de quotas na Ordem (requisito obrigatório para o exercício como Psicólogo), formação continua, etc. Esse valor ronda, em média, 55 Euros.

E agora você poderá pensar: “55 Euros por uma sessão de Psicologia? Nem pensar!”. Muito bem... E alternativas? 

Bom, pode sempre tentar as especialidades médicas. O preço médio, por consulta, ronda os 50 Euros. Caso visite uma especialidade, psiquiatria por exemplo, o valor é bastante superior. Se precisar de fazer exames, o valor sobe ainda mais. E, em muitos casos, as conclusões médicas é que é tudo psicossomático.... Da sua cabeça!

Mas existe medicação, diz você! Claro que sim. Vamos pegar no exemplo de antidepressivos, a medicação mais comum para “tratar” depressões. A racionalidade por detrás desta medicação é que a depressão tem como origem o desequilíbrio químico, dentro do seu sistema. Os reguladores de humor servem para equilibrar. No entanto, o Ser Humano também influencia e é influenciado pela ambiente, o que limita a explicação biológica. Ou seja, na prática, a medicação permite que a pessoa esteja mais regulada para que possa aprender novos significados e estratégias para lidar com a situação, algo que se consegue em Psicoterapia.

Investigação diz que, para depressões leves a moderadas, Psicoterapia é mais eficaz que medicação e, para depressões moderadas a graves, a intervenção sugerida é de Psicoterapia mais medicação. A longo prazo, os custos de medicação SÓ suplantam os custos de um processo de Psicoterapia.

O mesmo se lida com formação. Para você ter a melhor formação possível, o seu formador deverá ser um profissional acreditado na área, com experiência prática e de formação, despesas do local de formação, acessibilidade e criação de materiais de qualidade, etc.

Ao mesmo tempo, existe sempre a atenção de quanto se paga à hora, em formação. Se não estou muito enganado, locais como o IEFP pagam 15 Euros à hora, para formadores certificados. 

Portanto, tudo isto tem um custo real! E claro, o reconhecimento de credibilidade do formador, na sua profissão.

Claro que eu poderia prometer um curso de formação completa de 3 dias, com todos os materiais de qualidade, por apenas 75 Euros! Fantástico! É claro que isso só mostra que eu quero encher os bolsos e atrair o maior número de pessoas possível.

É certo que nem todas as formações dispendiosas têm um sinal de qualidade (já enfiei “o barrete” em muitas formações que fiz) mas aumenta a responsabilidade do formador em dar o seu melhor, como profissional.

Por mais tentador que seja, Saúde Mental e Formação “low-cost” é um investimento que sai caro, a longo prazo. E a verdade é esta: a maior parte das pessoas que fazem estas promoções não estão preocupados consigo, estão preocupados em encher os seus bolsos com o dinheiro que lhe custou tanto a ganhar!

Dê o valor a boas práticas de Saúde Mental e Formação!


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